segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Corda Bamba

Esse poema pode não ser muito objetivo, mas espero que sua ideia central possa ser identificada.

A vida é uma corda bamba, sempre a ponto de cair.

Cada passo na vida da corda bamba, um medo cruel.
Posso cair a qualquer momento, despencar num precipício sem fim.
Tenho que me concentrar, ir devagar, atenta.
Estou no picadeiro. Os olhos voltam-se a mim.
Um passo a mais, mais perto do fim.
O domador de leões enfrenta coisa pior.
O palhaço enfrenta vaias quando não faz rir.
E as pessoas choram ao me ver deslizar, cair, morrer.
Estou no meio, apenas alguns segundos na corda.
O que será o medo de cair?
O medo de morrer?
Será que isso é medo de viver?
Pois a vida é uma corda bamba.
Sempre a ponto de cair.
Tantas coisas enfrentei lá fora.
O picadeiro é meu ponto de paz.

Sinto as lágrimas escorrendo de meus olhos,
borrando minha maquiagem,
Pingando em meus pés.
Terror. Medo. Horror.
Posso deslizar, cair, morrer.
Despencar num precipício sem fim.
Aos poucos, a distância diminui.
Mas os olhos escurecem. Os pés tremem.
"Não tenha medo meu bem. Se tiver medo, não vai conseguir."
Estou com tanto medo de cair. Não vou chegar ao fim.
Estou caindo num precipício sem fim.
O picadeiro manchado de sangue,
e as pessoas chorando por me ver deslizar, despencar, morrer.
Cada passo na vida da corda bamba, um medo cruel. Sempre a ponto de cair.


Autora: Larissa F. Porto

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